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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Andrea Neves lidera ações de transformação social em Minas Gerais, ex-presidente do Servas faz balanço dos últimos 7 anos

Parcerias que rendem frutos

Programas sociais mudaram realidade de pessoas carentes em todo Estado

Fonte: Renata Nunnes – O Tempo

Balanço: Após sete anos à frente do Servas, Andrea Neves diz que trabalho conjunto resultou no sucesso das ações

O tom de voz determinado da mulher conhecida como grande articuladora, de repente, fica carregado de emoção. Ela para, respira e, tomada de satisfação, começa a fazer um balanço dos últimos sete anos.

Foram tempos dedicados à frente de projetos desenvolvidos pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), que mudaram, para melhor, a vida de pessoas de todas as idades.

Para a ex-presidente do Servas, Andrea Neves, a construção de programas sociais requer persistência. “Nenhum governo, por mais correto e bem intencionado que seja tem condição de enfrentar sozinho a questão social na gravidade com que ela existe no nosso país. Isso não tem relação apenas com recursos ou vontade política. Quando somos capazes de estabelecer parcerias, conseguimos fazer com que iniciativas andem mais rápido e cheguem mais longe”, diz Andrea, que durante o governo do irmão, Aécio Neves, dirigiu a entidade.

Parcerias firmadas com empresas, entidades de classe, ONGs e cidadãos comuns garantiram que os programas do Servas fossem respeitados e até copiados no Brasil e no exterior. Digna Idade, Brinquedoteca, Valores de Minas, Vita Vida e Vozes do Morro são alguns dos projetos que saíram do papel para transformar a realidade de idosos, crianças, jovens, pacientes de hospitais e moradores de vilas e aglomerados. Eles ganharam humanização, resgataram valores e a autoestima. Alguns dos beneficiados se encontraram com o lúdico por meio da leitura. Outros conheceram a arte, a música e sua própria cultura. Sem contar os que se libertaram da fome em ação contra o desperdício.

Andrea Neves não esteve sozinha nas conquistas. Tinha a companhia de profissionais que, segundo ela, fizeram do trabalho a própria vida. “Muitas vezes, não basta ter uma boa ideia se você não tem pessoas comprometidas. Se não for assim, nenhuma questão sai do papel”, afirma. Para Andrea, o esforço da equipe do Servas somado ao dos parceiros explica o fato de o Servas ter conseguido implantar projetos que têm feito diferença na vida das pessoas.

O serviço também atuou em fortes campanhas de mobilização social, como o “Volta”, que convocava a população na busca de pessoas desaparecidas. E quem não se lembra do filme da campanha contra a exploração sexual de crianças em que uma menina pedia “socorro” por meio de uma canção?

Outra grande mobilização ocorreu em torno dos cuidados com os idosos e teve a participação do cantor Zezé di Camargo. Uma moda de viola dizia que um pai cuida de dez filhos, mas dez filhos não cuidam de um pai. “É tão verdadeiro esse sentimento de que alguma coisa está acontecendo em nossa sociedade. Estão se esfacelando laços, que deveriam ser de permanente afeto. A questão do idoso é dolorosa. Eles não podem ser excluídos da sociedade”, disse Andrea Neves.

 

Qual a avaliação que a senhora faz do trabalho realizado no Servas? Foi um trabalho construído aos pouquinhos e que hoje nos enche de surpresa em perceber que conseguimos abraçar, em tão pouco tempo, tantas pessoas. O Servas, hoje, tem programas muito diferenciados. Eles nos permitem estar em todas as regiões do Estado. Construir programas sociais requer muita persistência. Não trabalhamos com estatísticas, ajudamos pessoas de verdade.

A senhora acredita que os programas desenvolvidos e reestruturados durante sua gestão vão ser mantidos ao longo de outros governos? Me preocupa muito essa questão de um governo que começa e resolve anular tudo que foi feito antes. Acho uma covardia com a sociedade brasileira. Tenho um profundo respeito pelas ações desenvolvidas por entidades sociais de Minas. Portanto, fechamos muitas parcerias. Somamos esforços e o resultado cria condições para que os projetos existam além de qualquer gestão política. Só as parcerias garantem as condições de continuidade dos programas.

Foram muitas as ações desenvolvidas pela equipe do Servas. Há algum dos programas que tenha tocado a senhora de maneira especial? O Digna Idade. Ele é voltado para idosos que vivem em instituições de longa permanência, os antigos asilos. Muitos deles têm seus vínculos familiares esgotados, vivem sozinhos.

Como nasceu o Digna Idade? Ele nasceu de uma parceria com o Ministério Público Estadual. Em 2003, o órgão tinha um diagnóstico muito duro sobre a realidade de grande parte das entidades do tipo que existem em Minas Gerais. Com isso, priorizamos o tema.

Como o programa atua? Ele atua em três frentes diferenciadas: capacita a gestão da entidade, capacita os cuidadores de idosos e possibilita a reforma e a aquisição de equipamentos necessários para cada instituição. O Digna Idade também se soma à campanha de mobilização social.

De fato, o Servas priorizou campanhas de mobilização social como a dos desaparecidos e a da violência doméstica. Como a senhora avalia essas ações? Foram campanhas fortes ao longo dos últimos anos. Todas criadas com o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre questões presentes na vida de cada um de nós. Tivemos, obviamente, resultados concretos. No caso da atenção aos idosos, por exemplo, houve um aumento no número de denúncias de violência.

Qual das ações alcançou mais retorno? A dos idosos. Essa campanha alcançou retorno inclusive no exterior. O comercial foi traduzido para outras línguas. Recebemos comunicados da Itália e dos Estados Unidos. Ocorreram correntes na internet divulgando a campanha e isso foi muito gratificante.

E o programa Vozes do Morro? Ele também foi bastante divulgado e revelou grandes talentos. À primeira vista, ele tem uma função de revelar talentos na área musical de pessoas que moram em vilas, favelas e aglomerados. Mas, na verdade, tem um sentido muito maior, porque trata de reforçar a identidade e criar valores nessas comunidades. Claro que você tem um resultado individual dos artistas. Mas o que é mais precioso para a gente no projeto é como a sociedade passa a se organizar em torno da criatividade e da solidariedade.

Outro projeto bastante reconhecido é o Vita Vida. A ideia pode ser multiplicada em todo o país? Estamos comemorando em 2010, com muito orgulho, a primeira parceria com a Pastoral da Criança e ela envolve o repasse da tecnologia do Vita Vida. Ao longo do último ano, a pastoral experimentou o uso do alimento desidratado nas crianças atendidas pela entidade. O resultado é extraordinário.

Quantas refeições já foram distribuídas por meio do Vita Vida? Foram 12 milhões. Um grande exemplo do combate às duas piores chagas da sociedade: o desperdício e a fome. As fábricas recebem excedentes de alimentos de produtores rurais e de comerciantes da Ceasa. Frutas e legumes que não servem para ser vendidos, mas estão em perfeitas condições de consumo.

O que o trabalho no Servas significou para a senhora? Eu também me transformei muito. Às vezes, a gente começa a trabalhar motivada para tentar colaborar com a transformação da vida dos outros e não percebe o quanto esse trabalho também nos transforma ao longo do processo. Essa foi uma experiência definitiva na minha vida.

A senhora descarta qualquer possibilidade de, no futuro, candidatar-se às eleições? As hipóteses estiveram descartadas no passado e todas estão descartadas no futuro. Faço política como instrumento para colaborar com a sociedade, para ajudar a transformá-la. Tem pessoas que optam por disputar um mandato eletivo, outras não.

Quais são os planos da senhora para o futuro? A partir de julho, estarei ao lado de Aécio Neves e Antonio Anastasia dando a minha contribuição na campanha eleitoral. Depois, vamos esperar chegar mais perto para enxergar melhor. (RN)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Andrea Neves fala sobre a importância da Campanha Volta coordenada pelo Servas em parceria com Governo Aécio

[caption id="attachment_188" align="aligncenter" width="467" caption="Andrea Neves: "As pessoas param, denunciam ou buscam ajuda. E, o mais importante, se sensibilizam com o sofrimento do outro" - Foto Agência-MG"]Campanha Volta - Andrea Neves: "As pessoas param, denunciam ou buscam ajuda. E, o mais importante, se sensibilizam com o sofrimento do outro"[/caption]

Campanha Volta, uma iniciativa do Servas, foi responsável pelo reencontro, na terça-feira, dia 30 de março, de mãe e filho que não se viam há 35 anos. “O empenho em reduzir o sofrimento daqueles que ficam sem notícias de um parente motivou o governo de Minas a lançar, em 2006, a campanha Volta e, desde então, houve um despertar e uma sensibilização da população para o tema. O nosso objetivo não era só divulgar rostos, mas chamar as famílias para evitar que isso ocorra. As pessoas param, denunciam ou buscam ajuda. E, o mais importante, se sensibilizam com o sofrimento do outro”, disse a presidente do Servas, Andrea Neves.

O vigilante Giovani Rodrigues de Lima, 35, não conhecia a mãe Julita Ferreira Colero, 59. Há cerca de duas semanas, ao ver um cartaz da Campanha Volta em um ônibus, ele resolveu pedir ajudar à Delegacia de Pessoas Desaparecidas, que levou nove dias para encontrar a mãe.

“O que mais me impressionou nessa apuração é que nem mesmo foto eu tinha para ajudá-los. Somente o nome completo”, disse Giovani Lima em entrevista ao jornal Estado de Minas.

Giovani foi entregue à avó paterna pela mãe quando tinha 2 meses. Julita disse que só abandonou o filho porque não poderia levá-lo para a casa onde trabalhava, porque seus patrões não aceitavam. “Eu o deixei com a família do pai, morando no bairro Guarani. Com o passar dos anos, acreditava que, se o encontrasse, ele não me aceitaria”, disse. Atualmente, Julita mora em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, e Giovani vive na capital.

De acordo com dados da Polícia Civil, das 4.708 desaparecidas no Estado, desde junho de 2006, 3.068 foram encontradas. Nesse período, dos 172 casos envolvendo crianças, 138 foram resolvidos. Em Belo Horizonte, 3.065 desaparecimentos, 2.217 foram solucionados. “A Campanha Volta foi um marco no serviço da delegacia porque incentivou a população a nos ajudar”, disse Cristina Coelli, titular da Delegacia de Desaparecidos.

Conheça a Campanha Volta









Campanha Volta, desenvolvida pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) em conjunto com o Governo de Minas, por meio da Polícia Civil, tem como objetivo ajudar na localização de pessoas desaparecidas com a divulgação de filmes e fotos nos principais veículos de comunicação mineiros, além da distribuição de cartazes em todo o Estado.

Lançado no dia 5 de junho de 2006 pela presidente do Servas, Andrea Neves, e pelo governador Aécio Neves, o programa forma uma rede de solidariedade integrada por entidades empresariais, postos de gasolina, farmácias, supermercados, empresas de ônibus, além de prefeituras, hospitais, postos de saúde e escolas estaduais, com objetivo de divulgar dados dos desaparecidos.

A campanha conta com uma linha gratuita de telefone para notificação dos desaparecimentos (0800 28 28 197) e um site exclusivo para divulgação e troca de informações (www.desaparecidos.mg.gov.br).  Achamada principal de todas as peças é a frase "Volta, vem viver outra vez ao meu lado", da música "Volta", símbolo do programa.

Junto com o lançamento foi criado o Sistema de Comunicação e Cadastro de Pessoas Desaparecidas no Estado, que reúne nomes, fotos e dados pessoais e informações sobre os locais dos desaparecimentos e o contato de familiares.

“O empenho em reduzir o sofrimento daqueles que ficam sem notícias de um parente motivou o governo de Minas a lançar a campanha Volta e, desde então, houve um despertar e uma sensibilização da população para o tema. O nosso objetivo não é só divulgar rostos, mas chamar as famílias para evitar que isso ocorra”, disse a presidente do Servas, Andrea Neves.

“Esse é um drama da sociedade que exige ação efetiva do poder público. Mas que não pode ser superado sem a presença viva e mobilizada da sociedade", afirmou o governador de Minas, Aécio Neves da Cunha.